Prisões ocorreram em Senador Guiomard e Capixaba; ex-marido e companheiro das vítimas confessaram os crimes durante interrogatórios.
Após intensas buscas, os dois homens suspeitos de cometer feminicídios no Acre na semana passada foram presos pela polícia. Os crimes ocorreram em Senador Guiomard e Capixaba, interior do estado, e tiveram como principal motivação o ciúme, segundo informações repassadas pelos próprios suspeitos durante interrogatórios. Ambos estão agora à disposição da Justiça.

Caso Luana Conceição
José Rodrigues de Oliveira, de 54 anos, suspeito de matar a ex-mulher Luana Conceição do Rosário, de 45 anos, foi capturado ainda na sexta-feira (13), no mesmo dia do crime. Ele foi localizado por policiais do Grupo Especial de Operações em Fronteiras (Gefron) quando tentava fugir por uma propriedade rural do município.
O crime ocorreu no bairro Triunfo, em Senador Guiomard. Luana havia saído de casa para comprar pão quando foi atacada com várias facadas, segundo informações da polícia. Ela chegou a ser socorrida pelo Samu, mas morreu antes de chegar ao hospital.

A prisão de Oliveira ocorreu após um trabalho conjunto entre o Gefron, a Polícia Militar e a Rotam (Rondas Ostensivas Tático Móvel), com o uso de drones para localizar o suspeito. Segundo o delegado Rômulo Carvalho, responsável pelo caso, Oliveira confessou o crime durante o interrogatório.
“Imbuído de motivos passionais, foi ao encontro dela e desferiu, sem qualquer aviso ou possibilidade de defesa, diversas facadas”, relatou o delegado. José alegou que tinha ciúmes da vítima e queria reatar o relacionamento, mas ela não aceitava.
A Justiça decretou a prisão preventiva do suspeito durante audiência de custódia realizada no sábado (14). Ele deve permanecer preso por pelo menos 90 dias, prazo inicial até nova análise judicial sobre a manutenção da prisão.

Caso Auriscléia Lima
Natalino do Nascimento Santiago, de 50 anos, suspeito de matar a esposa, Auriscléia Lima do Nascimento, de 25 anos, com golpes de terçado, foi preso na manhã de sábado (14), após quatro dias de buscas. Ele foi encontrado em uma área de mata da Reserva Legal Promissão, dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes (Resex), em Capixaba.
O delegado Aldízio Neto informou que a prisão aconteceu após um morador da comunidade entrar em contato com a polícia, avisando que o suspeito queria se entregar. Segundo o delegado, Natalino confirmou que o crime foi motivado por ciúmes e por uma discussão com a vítima sobre a guarda do enteado de 5 anos.

“Ele disse que eles decidiram se separar no dia anterior ao crime e houve desentendimento por causa da criança, que ele criou como filho. Durante o interrogatório, alegou que perdeu a cabeça”, disse o delegado.
O crime aconteceu na quarta-feira (11), dentro da Comunidade Campo Alegre, e foi presenciado pelo menino, que estava no colo da mãe no momento do ataque. Após o assassinato, o suspeito fugiu pela mata e mobilizou forças policiais e moradores da região nas buscas.
Devido à comoção gerada em Capixaba e ao risco de represálias por parte da população, Natalino foi transferido para Rio Branco logo após a prisão. O delegado explicou que a decisão foi tomada por segurança: “A população cercou a delegacia quando soube da prisão. Por isso, agimos com discrição para evitar qualquer tumulto”, relatou.
Canais de denúncia
A PM do Acre disponibiliza os seguintes números para que a mulher peça ajuda:
- (68) 99609-3901
- (68) 99611-3224
- (68) 99610-4372
- (68) 99614-2935
Outras formas de denunciar casos de violência contra a mulher:
- Polícia Militar – 190: quando a criança está correndo risco imediato;
- Samu – 192: para pedidos de socorro urgentes;
- Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres;
- Qualquer delegacia de polícia;
- Secretaria de Estado da Mulher (Semulher): recebe denúncias de violações de direitos da mulher no Acre. Telefone: (68) 99930-0420. Endereço: Travessa João XXIII, 1137, Village Wilde Maciel.
- Disque 100: recebe denúncias de violações de direitos humanos. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa;
- Profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, precisam fazer notificação compulsória em casos de suspeita de violência. Essa notificação é encaminhada aos conselhos tutelares e polícia;
- WhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos: (61) 99656- 5008;
- Ministério Público;
- Videochamada em Língua Brasileira de Sinais (Libras).