Por Tácio Júnior
É possível definir esse papel que transforma tudo ao redor?
Ser mãe é apenas um título… ou é um jeito inteiro de existir?
Há algo em ser mãe que desafia explicação.
É mais que função, mais que instinto.
Talvez seja acordar com o choro do outro, antes mesmo de despertar por si.
Talvez seja lembrar da vacina, do lanche, do cobertor — e ainda ter espaço para um beijo de boa noite.
É abrir mão? Ou é, no fundo, escolher amar desse jeito: inteiro, silencioso, constante?
Ser mãe é atravessar dias longos com passos firmes, mesmo que por dentro tudo vacile.
Por que tantas vezes o cuidado parece invisível?
E como pode tanto amor caber em tão pouco descanso?
Amar sem medida, sem pausa, sem cobrança…
Na Amazônia, esse amor navega entre distâncias.
Cruza rios, espera barcos, enfrenta lama e falta…
Rema contra correntezas — e mesmo assim floresce.
Onde encontram tanta força?
Será que ser mãe é saber que existe alguém que vem sempre primeiro?
Ou é, justamente, nunca esquecer que esse alguém é também parte de si?
Ser mãe é ter um mundo inteiro confiando nas próprias mãos.
O mundo reconhece tudo isso?
Ou ainda se espera delas apenas mais um gesto, mais um esforço, mais um milagre?
Hoje, mais do que desejar um “feliz Dia das Mães”, talvez caiba um silêncio atento, uma reverência delicada.
Não há palavra que baste.
Porque só quem ama desse jeito entende: ser mãe não se explica.
Se sente.
Se agradece.
Se celebra — com todo o cuidado do mundo.
Feliz todos os dias, mães!