Por Tácio Júnior
Quantas vezes você parou para pensar se está vivendo a vida que deseja — ou apenas a que esperam de você?
Há um peso invisível que muitos de nós carregam no peito. Um fardo feito de exigências silenciosas, olhares alheios, expectativas não ditas. Desde cedo, nos ensinam a sermos bons filhos, bons alunos, bons profissionais, bons parceiros. Mas raramente nos ensinam a sermos bons para nós mesmos.
E é aí que mora a dor.
Tentando agradar, a gente se molda. Abafa a própria voz. Engaveta os próprios sonhos. Sorrimos quando queremos chorar. Dizemos sim quando tudo em nós queria dizer não. Tudo para não decepcionar. Tudo para caber num molde que não nos serve.
Mas e o custo disso?
Quantas noites mal dormidas. Quantas crises de ansiedade silenciosas. Quantas identidades rasgadas em troca de aceitação. Quantas versões de nós mesmos foram enterradas vivas só para manter uma imagem que agrade aos outros?
A verdade é que viver em função da expectativa alheia nos afasta da nossa própria essência. Vamos nos perdendo de nós mesmos, aos poucos, como quem esquece o caminho de casa. E, quando percebemos, a alma já está exausta.
É preciso coragem para se olhar com honestidade e se perguntar: quem sou eu quando ninguém está me observando? O que eu quero — não o que esperam de mim. O que me faz vibrar — não o que me aplaudem por fazer.
Reencontrar-se é um processo. Às vezes doloroso, quase sempre solitário. Mas é também profundamente libertador. Porque só quando nos libertamos da obrigação de agradar é que começamos, de fato, a viver.
Você não veio ao mundo para cumprir um roteiro. Veio para escrever o seu.
E se, por acaso, você sentir que está no limite — respire. Recomece. Reconstrua-se. Aos poucos. Com afeto. Com compaixão. Com verdade.
Seu valor não está no quanto agrada. Está no quanto se reconhece, se respeita e se permite ser quem é.
Essa é a sua vida. Que ela seja leve. Que ela seja sua.