Matutos na Roça brilha na abertura do 17º Circuito Junino de Rio Branco e conquista dois títulos

Primeira noite teve escolha das realezas, estreia de quadrilhas e celebração da cultura popular, no Segundo Distrito.

A primeira noite do 17º Circuito Junino de Rio Branco, realizada na sexta-feira (20), foi marcada por emoção e celebração da cultura popular. O evento, que acontece no Quadrilhódromo, no Segundo Distrito da capital acreana, teve escolha das realezas mirins e da diversidade, além da estreia das quadrilhas no concurso oficial.

A Quadrilha Junina Matutos na Roça, do bairro Aeroporto Velho, brilhou na abertura ao conquistar dois títulos: Casal Mirim, com Luna Alves e Nicolas Lima, e Rainha da Diversidade, com Lorrayne Pintencut. As apresentações arrancaram aplausos do público e reforçaram a força do movimento junino local.

Luna Alves e Nicolas Lima foram eleitos Casal Realeza Mirim. Foto: Cedida

Jocycleia Alves, mãe da rainha mirim Luna, fala que a filha faz parte do São João desde o ventre.

“Eu dancei grávida dela, quando ela nasceu dancei com ela no colo. Ela já dançou de noiva mirim. É uma trajetória grande e ela só tem 7 anos, mas sempre esteve envolvida na quadrilha. Ela dança por amor, se entrega e ama o que faz”.

Narraiane Duarte, coordenadora, noiva e designer de figurino da quadrilha, falou emocionada sobre a trajetória do filho Nícolas.

“Eu costumo dizer que a cultura, ela muda sim a pessoa. Ela tem um poder imenso de fazer famílias, unir famílias, juntar amigos. E o Nícolas é um menino raiz. Dancei grávida dele, ele foi envolvido na cultura desde a barriga. Hoje, quando vejo meu filho dançando, me sinto honrada, feliz e grata a Deus por ter escolhido esse caminho. A cultura ensinou meu filho a falar, a se expressar, a ser generoso. Ele é um espelho de amor, de pureza, de delicadeza. E eu estou muito feliz por ele ter escolhido isso para a vida dele”.

Lorrayne Pintencut brilhou como Rainha da Diversidade. Foto: Cedida

Sobre a Rainha da Diversidade, a coordenadora também destacou a trajetória marcante da jovem Lorrayne.

“Rainha da Diversidade já diz tudo. Ela chegou quietinha, mas com um talento imenso. Sempre foi boa com desenhos, depois se interessou por costura, adereços, e hoje brilha. Ontem mesmo, sem maquiagem, ali no cantinho, só queria dançar. Isso é a verdadeira essência da cultura: amor, afeto, delicadeza. Ela nos ensinou que o brilho maior não está no que a gente veste, e sim no que carregamos no coração”.

Com um enredo inspirado em O Auto da Compadecida, a CL na Roça abriu a competição com muita energia e criatividade. Foto: Juan Vicent/Proa

Além das coroações, a noite contou com a estreia da quadrilha CL na Roça, que tem 25 anos de tradição e levou ao palco o espetáculo “Não sei, só sei que foi assim”, uma homenagem à obra de Ariano Suassuna, O Auto da Compadecida. O marcador Luck Aragão descreveu a estreia como um momento de muita expectativa e emoção.

“Somos a primeira quadrilha, então as expectativas são muitas porque vamos testar tudo hoje. A estreia é muito importante para a gente sentir a quadrilha, sentir a produção, sentir o público. Estamos animados, alegres, felizes, mas também bem ansiosos para que tudo aconteça e o público sinta a potência e a força do movimento junino e da Junina CL na Roça”, afirmou.

Representantes da FEM e da Liquajac reforçaram a importância cultural e social do Circuito Junino para o Acre. Foto: Juan Vicent/Proa

Durante a cerimônia de abertura, esteve presente o presidente da Fundação Elias Mansour (FEM), Minoru Kinpara, que destacou o papel social das festas juninas no estado.

“Essa é uma das épocas mais felizes que temos no Acre. Parabéns a todos que participam, que ajudam direta ou indiretamente, que passam o ano ensaiando e ocupando suas mentes com coisa boa”, disse.

Representando a Liga de Quadrilhas Juninas do Acre (Liquajac), Cleson Lima lembrou que o circuito é resultado de um esforço coletivo. “O 17º Circuito Junino é fruto de uma luta e do empenho de todos que estão aqui representando e também produzindo as quadrilhas juninas no nosso estado e município”, reforçou.

Plateia lotada e cheia de animação para prestigiar a cultura junina no 17º Circuito Junino de Rio Branco. Foto: Juan Vicent/Proa

A programação segue neste sábado (21) com as apresentações das quadrilhas:

19h: Junina Escova Elétrica – com o tema “Lendas: A História do Boi Assombroso”, inspirado em uma lenda regional sobre um boi valente que protegia a floresta até se apaixonar por uma moça.

20h: Junina Assanhados na Roça – com o tema “O Pedido”, que resgata a tradição de sonhar com um futuro melhor. O grupo reúne cerca de 50 integrantes.

21h: Junina Pega-Pega – com o tema “É de laço, é de nó”, em homenagem a vaqueiros e peões de rodeio. A quadrilha tem mais de 29 anos de história e cerca de 120 integrantes.

22h: Junina Explode Coração – apresenta o tema “Isso é Calypso: uma história de ritmo”, celebrando o gênero musical que marcou as festas do Norte nos anos 2000.

O encerramento será no domingo (22), com a última rodada de apresentações e apuração:

19h: Junina Malucos na Roça – com o tema “O Boato”, o grupo tem 25 anos de história e é sediado no bairro Cidade Nova.

20h: Junina Sassaricano na Roça – com o espetáculo “Maria, Mãe da Pureza”, uma homenagem às mulheres de fé, coragem e luz. O grupo reúne cerca de 150 integrantes desde 2003.

21h: Junina Matutos na Roça – traz o tema “A Força do Destino”, que conta a história de pessoas que se encontram apesar das circunstâncias, encerrando a rodada de apresentações.

22h: Apuração dos resultados.

Além das apresentações, o público pode aproveitar as comidas típicas das festas juninas. Entre as opções estão milho cozido, pamonha, canjica, bolo de milho, quentão, entre outras delícias.

O Circuito Junino é organizado pela Liga de Quadrilhas Juninas do Acre (Liquajac), em parceria com a Prefeitura de Rio Branco, por meio da Fundação Garibaldi Brasil (FGB).

banner-ela-pode-tjac