Facções criminosas estão ligadas a 35% das mortes; armas de fogo foram utilizadas em mais da metade dos crimes.
Entre janeiro e março de 2025, o Acre registrou 40 homicídios, conforme dados divulgados pela Polícia Civil por meio de painéis interativos lançados recentemente para auxiliar nas investigações e ações de combate ao crime.
A capital, Rio Branco, concentrou 22 dos homicídios registrados no estado no período. Outros municípios com ocorrências incluem Cruzeiro do Sul (5 casos), Brasiléia (2), Feijó (2), Jordão (2), Sena Madureira (2), Assis Brasil (1), Capixaba (1), Porto Acre (1), Rodrigues Alves (1) e Xapuri (1).

Do total de vítimas, 38 eram homens e duas mulheres. A maioria das mortes ocorreram aos sábados, seguidos por quartas e quintas-feiras.
Em relação às armas utilizadas nos crimes, 57,5% dos homicídios foram cometidos com armas de fogo, enquanto 10% envolveram armas brancas.
As motivações identificadas incluem conflitos entre facções criminosas (14 casos), motivos fúteis (12), legítima defesa (1) e crime passional (1). Outros 12 casos ainda estão sob investigação.
Março foi o mês com maior número de homicídios, totalizando 19 casos, seguido por janeiro (13) e fevereiro (8).

Comparativo com Anos Anteriores
Apesar do aumento no número total de homicídios no estado, Rio Branco apresentou uma redução de 31% nos homicídios dolosos no primeiro trimestre de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024. Em 2024, foram registrados 32 homicídios na capital, enquanto em 2025, até o final de março, foram contabilizados 22 casos.
Tentativas de Homicídio
Além dos homicídios consumados, o Acre registrou 90 tentativas de homicídio nos primeiros três meses de 2025. Homens foram a maioria das vítimas, com 70 casos. A capital, Rio Branco, concentrou mais da metade das ocorrências, com 48 registros. Outros municípios afetados incluem Cruzeiro do Sul (7 casos), Sena Madureira e Tarauacá (6 casos cada).
Painéis interativos
A Polícia Civil do Acre lançou painéis interativos que apresentam informações atualizadas sobre mortes violentas no estado, permitindo o cruzamento de dados por município, tipo de crime, período, sexo da vítima, entre outros indicadores. A ferramenta visa modernizar a gestão da informação e ampliar a transparência nas ações de segurança pública.
O delegado-geral da Polícia Civil do Acre, José Henrique Maciel Ferreira, destacou que “a visualização desses dados de forma interativa e dinâmica contribui significativamente para o direcionamento das nossas ações e para a identificação de padrões que possam ser combatidos com mais eficiência”.
Os painéis estão disponíveis para consulta pública e incluem dados sobre homicídios, feminicídios, latrocínios, suicídios, acidentes de trânsito com vítimas fatais, mortes de profissionais de segurança pública, intervenções policiais e tentativas de homicídio.