André Kamai critica falta de recursos para cultura em Rio Branco: “Se não há orçamento, não há política cultural”

Audiência reúne artistas, mestres, produtores e movimentos culturais e expõe falta de prioridade da gestão municipal para o setor.

A Câmara Municipal de Rio Branco realizou, nesta segunda-feira (8), uma audiência pública com artistas, produtores, mestres de capoeira e representantes de diferentes segmentos culturais. A reunião, proposta pelo vereador Fábio Araújo (MDB), debateu ausência de planejamento da Prefeitura para o setor e reforçou a cobrança por um orçamento que garanta políticas culturais efetivas.

Durante o debate, o vereador André Kamai (PT) criticou a proposta orçamentária enviada pela gestão municipal. Segundo ele, o documento não prevê recursos suficientes para a política cultural.

“Quando a gente olha para a peça [orçamentária] enviada pela Prefeitura, percebe que não há orçamento desenhado para a política cultural. E, se não há orçamento, não há política cultural. Isso mostra que a gestão não enxerga a cultura como elemento essencial do desenvolvimento da cidade”, afirmou.

As falas dos representantes culturais reforçaram a preocupação. Mulheres da capoeira destacaram que seus espaços oferecem proteção e oportunidades para meninas em situação de vulnerabilidade. Outros participantes denunciaram o que classificaram como “orçamento ridículo” e a falta de transparência e respeito na avaliação dos editais públicos.

Audiência pública reúne artistas e representantes culturais em Rio Branco. Foto: Paulo Murilo/Proa

Kamai afirmou que investir em cultura é uma estratégia de desenvolvimento, inclusão social e fortalecimento econômico. O vereador se comprometeu a apresentar emendas para recompor o orçamento e cobrou a regulamentação do Sistema Municipal de Cultura, apontando que sua ausência é resultado de uma escolha política da gestão Bocalom.

“A cultura é parte da nossa identidade. Quando você investe nela, o retorno para a cidade é maior do que em muitas atividades econômicas mais incentivadas pelo poder público”, disse.

A audiência encerrou com o compromisso do movimento cultural de manter a mobilização e a cobrança por políticas públicas que valorizem a produção artística e cultural de Rio Branco.

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