Antônio de Sousa Morais, de 22 anos, foi capturado pela Polícia Civil nesta quinta-feira (25); investigação aponta que vítima conhecia o autor e apura participação de uma segunda pessoa no crime.
A Polícia Civil do Acre prendeu, na manhã desta quinta-feira (25), Antônio de Sousa Morais, de 22 anos, apontado como o principal suspeito de assassinar o ativista cultural e servidor do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), Moisés Alencastro, de 59 anos.
O crime ocorreu em um apartamento no bairro Morada do Sol, em Rio Branco, onde o corpo da vítima foi encontrado na noite do último domingo (22), com múltiplos golpes de faca.
Antônio estava foragido desde a descoberta do crime e foi localizado após quatro dias de buscas ininterruptas realizadas pela equipe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). De acordo com a Polícia Civil, as diligências foram intensificadas desde a expedição do mandado de prisão preventiva e incluíram o monitoramento de possíveis rotas de fuga.
Segundo o delegado Alcino Júnior, responsável pelo caso, as investigações indicaram que o suspeito estaria escondido em uma área de mata, na região do Eldorado, nas proximidades do Quixadá. Ainda conforme a autoridade policial, durante a madrugada, Antônio procurou familiares e, a partir dessas informações, a equipe se deslocou até o local, onde ele acabou se entregando.
“Desde ontem, após a expedição do mandado de prisão, a equipe da Delegacia de Homicídios passou a fazer buscas ininterruptas e, diante de toda essa comoção que surgiu, descobrimos que o autor estaria em região de mata, ali da região do Eldorado, Quixadá. Quando foi agora na madrugada, ele procurou pessoas ligadas à sua família e, diante dessas informações, nós fomos até o local e lá ele acabou se entregando para a equipe da Delegacia de Homicídios”, afirmou Alcino Júnior.
Ainda de acordo com Alcino Júnior, após se entregar, Antônio foi conduzido à sede da Polícia Civil, onde já passou por interrogatório. “A gente o conduziu até aqui à nossa sede, onde ele já passou por interrogatório, já foram feitos todos os procedimentos de encaminhamento para a Delegacia de Flagrantes e é onde ele deve seguir para a audiência de custódia”, completou.
As investigações seguem em andamento e apuram, inclusive, a possível participação de uma segunda pessoa no homicídio, que ainda não foi formalmente identificada.
O delegado informou ainda que Antônio não possui antecedentes criminais.

O pedido de prisão preventiva foi protocolado pela polícia na terça-feira (23) e a ordem judicial foi expedida pela Justiça acreana na madrugada de quarta-feira (24).
Inicialmente, o caso chegou a ser tratado como um possível latrocínio. No entanto, com o aprofundamento das investigações, essa hipótese perdeu força.
Para a Polícia Civil, as circunstâncias indicam que a vítima conhecia quem estava no apartamento no momento do crime, já que não havia sinais de arrombamento ou violação do imóvel.
“Pelas circunstâncias de não arrombamento no domicílio, no apartamento, de não ter sinais de que houve violações, faz crer que as pessoas que estavam no apartamento entraram de forma consensual, possivelmente amigos, pessoas que eram do relacionamento da vítima”, afirmou Alcino Júnior.
Segundo o delegado, após o homicídio, os suspeitos teriam se aproveitado da situação para subtrair bens da vítima, o que descaracteriza o latrocínio e aponta para a tipificação de homicídio qualificado seguido de furto.
Durante as diligências, a polícia localizou, em uma residência ligada ao suspeito, diversos objetos pertencentes a Moisés Alencastro, como documentos pessoais, controles do veículo e do apartamento, além de roupas com vestígios de sangue.
“Encontramos óculos, controle do veículo, controle do apartamento, documentos, inclusive da vítima, e acabamos aí tendo vários indícios de que, de fato, essa pessoa teria participado do crime”, explicou o delegado.
Ainda conforme a investigação, há relatos de que o suspeito tentou utilizar cartões bancários da vítima após o crime, mas a transação foi negada em um estabelecimento comercial. Imagens de câmeras de segurança também foram coletadas e fazem parte do inquérito.
O veículo de Moisés Alencastro foi encontrado abandonado na Estrada do Quixadá, com um dos pneus estourados. A polícia acredita que os suspeitos tentaram fugir com o carro, mas acabaram abandonando-o após o incidente.
“Pelo horário e naquela região, muito escura, eles bateram em algum buraco, estourou o pneu e eles mantiveram a toada”, relatou Alcino.
No momento em que o corpo foi localizado, havia sinais de rigidez cadavérica compatíveis com cerca de 18 a 20 horas de morte, embora o laudo oficial ainda não tenha sido concluído. A avaliação preliminar aponta que a vítima foi atingida por mais de cinco golpes de faca.
A arma utilizada no crime ainda não foi encontrada.
O caso segue sob investigação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que continua as buscas para identificar e localizar o segundo suspeito de envolvimento no assassinato.


