Suspeito de assassinar Moisés Alencastro é identificado pela polícia e está foragido no Acre

Antônio de Sousa Morais, de 22 anos, está foragido desde o dia em que o corpo do ativista cultural foi encontrado na noite de segunda (22), em Rio Branco; há indícios da participação de outra pessoa e as buscas pelo suspeito continuam.

A Polícia Civil do Acre afirmou, nesta quarta-feira (24), que a autoria do assassinato do ativista cultural e servidor do Ministério Público do Estado (MP-AC), Moisés Ferreira Alencastro, de 59 anos, já está definida. O principal suspeito é Antônio de Souza Moraes, de 22 anos, que teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e é considerado foragido.

As investigações também indicam a possível participação de uma segunda pessoa, ainda não identificada formalmente.

As informações foram detalhadas pelo delegado Alcino Júnior, responsável pelo caso, durante coletiva realizada na Divisão Especializada de Investigação Criminal. Segundo a Polícia Civil, o avanço nas apurações foi possível a partir da análise do local do crime, de provas periciais e de diligências realizadas desde a noite de segunda-feira (22), quando o corpo da vítima foi encontrado em seu apartamento, no bairro Morada do Sol, em Rio Branco.

Inicialmente tratado como possível latrocínio, o caso passou a ser analisado sob outra perspectiva com o aprofundamento das investigações. De acordo com o delegado, não havia sinais de arrombamento no imóvel, o que indica que Moisés conhecia as pessoas que estavam no local.

“As circunstâncias apontam que a entrada no apartamento ocorreu de forma consensual, possivelmente envolvendo pessoas do círculo de relacionamento da vítima”, afirmou Alcino Júnior.

Moisés Ferreira Alencastro, de 59 anos, ativista cultural e servidor do Ministério Público do Acre, foi assassinado em Rio Branco. Foto: James Pequeno

A polícia apura que, após um desentendimento, o crime foi cometido com mais de cinco golpes de faca, segundo avaliação preliminar. O instrumento utilizado ainda não foi localizado. No momento em que o corpo foi encontrado, havia sinais de rigidez cadavérica compatíveis com 18 a 20 horas de morte, embora o laudo oficial ainda esteja em elaboração.

Após o homicídio, os suspeitos teriam se aproveitado da situação para subtrair bens da vítima, o que, segundo a Polícia Civil, caracteriza homicídio qualificado seguido de furto. Durante diligências, investigadores localizaram na residência ligada ao suspeito objetos pertencentes a Moisés, como documentos pessoais, óculos, controles do veículo e do apartamento, além de roupas com vestígios de sangue.

Também há relatos de que cartões bancários da vítima teriam sido usados após o crime, mas a transação foi negada em um estabelecimento comercial. Imagens de câmeras de segurança foram coletadas e integram o inquérito.

O carro de Moisés Alencastro foi encontrado abandonado na Estrada do Quixadá, com um pneu estourado. A suspeita é de que os envolvidos tentaram fugir, mas abandonaram o veículo após o dano. “Eles provavelmente bateram em um buraco, o pneu estourou, e seguiram a fuga a pé”, explicou o delegado.

Com o conjunto de provas reunidas, a Polícia Civil representou pela prisão preventiva de Antônio de Souza Moraes, que foi autorizada pela Vara de Plantão do Tribunal de Justiça do Acre na madrugada desta quarta-feira. “A partir de hoje, ele tem oficialmente o status de foragido”, destacou Alcino Júnior, acrescentando que o suspeito não possui registros criminais anteriores.

As buscas seguem em Rio Branco e também no interior do estado, com atenção especial a municípios como Feijó e Tarauacá.

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) pede a colaboração da população. Informações que possam ajudar na localização do suspeito podem ser repassadas, de forma anônima, pelo telefone (68) 99912-2964.

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