Servidores da Educação de Rio Branco iniciam greve e denunciam pressão da prefeitura

Categoria protesta por reajuste salarial, cumprimento de direitos e denuncia pressão da gestão municipal.

Os trabalhadores da Secretaria Municipal de Educação de Rio Branco (Seme) iniciaram, na manhã desta quinta-feira (22), uma greve por tempo indeterminado. A mobilização acontece em frente à sede da prefeitura, no Centro da capital, e reúne servidores de diversas escolas em protesto por reajuste salarial, cumprimento de direitos e melhores condições de trabalho.

A paralisação foi aprovada em assembleia realizada na última sexta-feira (16), com participação de servidores de cerca de 80 escolas. A decisão atendeu ao prazo legal de 72 horas de aviso prévio à gestão municipal, conforme explicou o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac).

Segundo a presidente do Sinteac, Rosana Nascimento, as principais pautas da greve são a reposição do reajuste do piso do magistério, o índice inflacionário para os servidores que não têm piso, o cumprimento da oratividade dos professores, auxílio alimentação, auxílio saúde e a manutenção da lei que garante o repasse da prefeitura ao fundo previdenciário.

A presidente do Sinteac, Rosana Nascimento, também denunciou que os trabalhadores em greve estão sendo pressionados pela Secretaria Municipal de Educação. Foto: Paulo Murilo/Proa

“A prefeitura, desde 2024, não atende nenhuma pauta dos servidores da educação. Não pagou o reajuste do piso do magistério, não fez reposição inflacionária aos que não têm o piso, não cumpre com a oratividade dos professores, que já ultrapassa três horas e três minutos. Também tivemos que pressionar muito para garantir condições mínimas nas escolas — faltava material didático, faltava até mesmo material higiênico e merenda. Agora, esses materiais começaram a chegar, mas só após pressão da categoria”, afirmou Rosana.

A presidente do sindicato também denunciou que os trabalhadores em greve estão sendo pressionados pela Secretaria Municipal de Educação.

“A Secretaria disparou mensagens de WhatsApp para os professores, pedindo devolução de permutados, dizendo que não iriam pagar aulas suplementares ou contraturno. Isso é prática de patrão quando o servidor entra em greve. Nossa categoria já passou por isso outras vezes, mas ainda assim muitos servidores ficam intimidados. Queremos reforçar que temos o direito à greve garantido por lei, e que assédio moral não pode ocorrer nesse contexto. Somos a única categoria que repõe as aulas após a greve, então não há motivo para medo. Seguiremos mobilizados”, declarou.

Em nota divulgada após os protestos da semana passada, a Prefeitura de Rio Branco declarou reconhecer o direito à manifestação e reafirmou o compromisso com o diálogo e a valorização dos profissionais da educação. A gestão informou ainda que criou um grupo institucional em aplicativo de mensagens com representantes das escolas para facilitar a comunicação com a equipe gestora.

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