Rede presente em 20 municípios do Acre conecta mais de 5 mil famílias agroextrativistas, movimenta cadeias como café, castanha e frutas tropicais e aposta em inovação para ampliar a renda e conservar a floresta.
A Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Acre (Cooperacre) será um dos destaques da agenda do presidene Lula no Acre, nesta sexta-feira (8). Presente em 20 dos 22 municípios do estado, a rede é considerada o maior arranjo produtivo da sociobioeconomia na Amazônia, conectando mais de 5 mil famílias agroextrativistas em um sistema integrado de produção, beneficiamento e comercialização sustentável.

A visita do presidente reconhece a trajetória de 24 anos da cooperativa, que atua como elo entre a floresta e o mercado, agregando valor à produção comunitária e gerando renda, segurança alimentar e inclusão produtiva.
A base socioprodutiva reúne cooperativas que operam em unidades de conservação, assentamentos e territórios de reforma agrária, com impacto direto na conservação ambiental e no enfrentamento das mudanças climáticas.

Produção com impacto social e ambiental
A Cooperacre impulsiona cadeias produtivas como castanha-do-brasil, borracha natural, frutas tropicais, palmito pupunha, café robusta amazônico e, em breve, cacau nativo. A produção abastece o mercado local e também é enviada para outros estados e para o exterior, com exportações para dez países.
Atualmente, cerca de 5.350 famílias são beneficiadas diretamente pela rede, que também gera aproximadamente 300 empregos diretos e 200 indiretos. As atividades contribuem para a preservação de cerca de 5 milhões de hectares por meio de práticas de manejo sustentável e sistemas produtivos regenerativos.

Nova agroindústria de frutas
Durante a passagem presidencial, será apresentada a nova agroindústria de beneficiamento de frutas tropicais, em Rio Branco.
Com investimento de R$ 60 milhões em recursos próprios, a planta terá capacidade para processar até 10 milhões de quilos de polpas por ano, oriundas de dez espécies amazônicas.

A operação está prevista para começar em janeiro de 2026, beneficiando cerca de 5 mil famílias.
O diferencial da unidade é a tecnologia de extração multifruta com envase asséptico, que preserva os atributos nutricionais e sensoriais das frutas, garante validade de até 24 meses sem conservantes e dispensa refrigeração. A inovação deve ampliar a competitividade da produção acreana no mercado nacional e internacional.

Parcerias e expansão
A Cooperacre mantém parcerias com programas federais como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), além de instituições como BNDES/Fundo Amazônia, Fundação Banco do Brasil, ApexBrasil, ABDI, Embrapa e Sebrae.
No planejamento estratégico até 2023, estão previstas novas unidades de beneficiamento, uma usina de energia solar e a criação das Casas do Agroextrativista, centros de atendimento e apoio direto às famílias produtoras. A meta é consolidar a cooperativa como um dos principais motores da bioeconomia sustentável na Amazônia.












