Programas que unem pesquisa e inclusão social são apresentados ao MCTI em busca de recursos para fortalecer mulheres cuidadoras e ampliar impacto no estado.
A ex-deputada federal e atual diretora da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Perpétua Almeida, conduziu nesta terça-feira (25), em Brasília, uma articulação institucional entre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Acre (Fapac) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A reunião buscou garantir apoio e recursos federais para a segunda fase dos programas Mentes Azuis e Mães da Ciência.
O encontro foi conduzido com o secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social, Inácio Arruda. A comitiva acreana, liderada pelo presidente da Fapac, Moisés Diniz, apresentou resultados já alcançados e reforçou o impacto social considerado profundo das iniciativas, que utilizam a pesquisa científica como ferramenta de transformação.
O programa Mentes Azuis foi criado em 2024 e direciona bolsas de pesquisa para mães atípicas com filhos autistas ou com deficiência intelectual. O projeto amplia a inclusão social, reduz a sobrecarga emocional e transforma a cuidadora em pesquisadora da própria realidade. Já o Mães da Ciência estuda o cotidiano da mãe solo no Acre com apoio de preceptores doutores e professores da Educação de Jovens e Adultos. A proposta inclui orientação de inovação tecnológica destinada a fortalecer pequenos negócios e reduzir a dependência de programas de transferência de renda.

Perpétua Almeida afirmou que a articulação busca consolidar a ciência aplicada ao desenvolvimento social. “Ao apoiar os programas Mentes Azuis e Mães da Ciência, além de oferecer conhecimento e ferramentas para que mulheres empreendam e tenham autonomia, estamos também ajudando essas mães que largaram estudo e trabalho, ou que nunca tiveram oportunidade, a garantirem renda para cuidar das suas famílias”.
O secretário do MCTI demonstrou receptividade e disse que avalia possibilidades de apoio federal às mulheres atendidas pelas iniciativas. Para Moisés Diniz, a agenda em Brasília é decisiva para a continuidade dos projetos. “Esses programas cresceram porque tocaram diretamente as dores, os problemas e a vida real das mães solo e das mães atípicas do Acre. Elas precisam de apoio para continuar. É por isso que estamos em Brasília, visitando Ministérios e o Congresso Nacional, para garantir que esses programas sigam existindo”.
A coordenadora do Mães da Ciência, Nilsa Almeida, ressaltou os efeitos concretos observados ao longo da execução. “As mães solo do Acre carregam uma força imensa, mas muitas vezes enfrentam essa jornada sozinhas. O Mães da Ciência dá a elas visibilidade, formação e caminhos concretos para que tenham autonomia e novas oportunidades. É pesquisa, mas também é cuidado e reconstrução”.
Zenilda Leão, coordenadora do Mentes Azuis, destacou o impacto emocional imediato. “Quando uma mãe atípica recebe apoio, ela floresce. E quando ela floresce, a família inteira respira melhor. Transformar essas mulheres em pesquisadoras da própria realidade faz com que elas descubram novos caminhos. O Mentes Azuis cuida da mãe para que ela possa cuidar ainda melhor do seu filho”.
A comitiva segue em agenda de visitas aos ministérios e ao Congresso Nacional até sexta-feira (28) para sensibilizar gestores e parlamentares sobre a importância da continuidade dos programas.


