Operação Terra Grabber mira organização criminosa suspeita de invadir áreas protegidas no Acre, falsificar documentos e ameaçar moradores tradicionais.
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta terça-feira (12), a Operação Terra Grabber para desarticular uma organização criminosa acusada de invadir terras públicas, promover desmatamento ilegal e comercializar irregularmente áreas localizadas dentro da Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes, no Acre.
As investigações começaram a partir de denúncias encaminhadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). De acordo com a PF, os suspeitos faziam parte de grupos estruturados que se dedicavam à ocupação indevida de áreas protegidas, utilizando contratos falsificados para dar aparência de legalidade às transações.
Moradores tradicionais também teriam sido alvo de ameaças.
As diligências apontaram ainda que os investigados mantinham rebanhos bovinos em áreas desmatadas ilegalmente dentro da reserva. Para ocultar as infrações ambientais, documentos forjados eram usados nas transações comerciais ligadas à pecuária.
A Polícia Federal identificou, ainda, movimentações bancárias suspeitas associadas ao grupo.
Nesta fase da operação, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal no Acre, com o objetivo de colher mais provas sobre os fatos investigados e identificar os respectivos autores.
Desde junho, a Resex Chico Mendes vem sendo alvo de ações e operações voltadas ao combate do desmatamento, da venda ilegal de terras e da atividade pecuária dentro de áreas protegidas.
Criada em 1990, a reserva é uma das mais importantes áreas de conservação da Amazônia, destinada ao uso sustentável por comunidades extrativistas. A ação desta terça-feira reforça, segundo a PF, o combate a crimes ambientais e à grilagem de terras na região.