Lideranças religiosas acreanas representam o estado em mobilizações nacionais por direitos, ancestralidade e políticas públicas voltadas às mulheres negras.
Representantes das religiões de matriz africana do Acre estão presentes na 2ª Marcha das Mulheres Negras, realizada nesta terça-feira (25), em Brasília, reunindo milhares de mulheres de todo o país em defesa de direitos, reconhecimento, liberdade religiosa e valorização da ancestralidade negra.
Entre as lideranças acreanas, marcaram presença a mãe de santo Idenízia de Iansã, dirigente da Casa de Caridade Ingazeira de Iansã, e a Ekédji Essindara, coordenadora do GT Mulheres de Axé da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde.
A presença de Mãe Idenízia ocorreu a convite da Fundação Cultural Palmares como representante das casas de axé do Acre. Ela afirma que levar o estado para a marcha significa apresentar a força de uma comunidade composta majoritariamente por mulheres. Treze dos dezesseis filhos de santo de sua casa são mulheres jovens, mães, trabalhadoras e guardiãs da tradição.
“Participar da 2ª Marcha das Mulheres Negras é fortalecer nossa voz e reafirmar a importância das mulheres de axé na construção de um Brasil mais justo. Carrego comigo a força das minhas filhas, a ancestralidade da nossa casa e a esperança de que mais mulheres negras possam ocupar e transformar esses espaços”, afirmou a mãe de santo.

Ekédji Essindara cumpre agenda dupla na capital federal. Além da marcha, representa o Acre no Seminário Nacional Envelhecer Direitos Humanos e Saúde na Perspectiva da Matriz Africana. Ela integra debates que abordam políticas públicas, cuidado e proteção da população idosa negra a partir dos saberes tradicionais. Reconhecida por sua atuação na Renafro, Essindara destaca a importância de unir espiritualidade, saúde e direitos humanos no fortalecimento das comunidades tradicionais.
“Estar aqui é reafirmar que nossas tradições também constroem políticas públicas, cuidado e pertencimento. As mulheres de axé têm um papel fundamental na defesa da vida e na proteção das nossas comunidades, e é por isso que seguimos unindo espiritualidade, saúde e direitos humanos”, declarou.

A presença das lideranças acreanas reforça o compromisso das tradições de axé com a defesa da vida, da liberdade religiosa, da igualdade racial e da ancestralidade que orienta suas práticas. A 2ª Marcha das Mulheres Negras reafirma o protagonismo das afro-brasileiras e reúne diferentes territórios e espiritualidades em uma mobilização nacional por dignidade e respeito.


