A manifestação causou a interdição total da via, com bloqueios nos dois sentidos, entre Sena Madureira e Rio Branco.
Moradores da comunidade Cassirian, localizada no km 25 da BR-364, entre Sena Madureira e Rio Branco, interditaram a rodovia na manhã desta terça-feira (20) em protesto contra multas e embargos aplicados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A manifestação causou a interdição total da via, com bloqueios nos dois sentidos. Os manifestantes usaram madeiras e outros objetos para impedir o tráfego de veículos. Apenas ambulâncias e transportes de pacientes com destino a Rio Branco foram autorizados a passar.
Os manifestantes exigem diálogo com as autoridades e afirmam que só liberarão a rodovia após uma resposta concreta. “Fechamos a BR e só vamos liberar quando houver uma solução. Estamos cansados de não sermos ouvidos”, declarou um dos participantes.

A interdição provocou longos congestionamentos, afetando o transporte de mercadorias e passageiros. Não há previsão imediata para a liberação da via. Por volta das 11h, o secretário adjunto da Secretaria de Estado de Governo (Segov), Márcio Pereira, e o prefeito de Sena Madureira, Gerlen Diniz, chegaram ao local da manifestação para acompanhar a situação.
Em declaração ao Proa, o prefeito relatou o motivo da revolta dos moradores e criticou a forma como a operação foi conduzida.
“A população está revoltada por causa de uma ação do Ibama com apoio da Força Nacional, aqui na comunidade Cassirian. Queimaram casas, queimaram equipamentos, montaram nas pessoas, trataram-nas como se não fossem cidadãos — isso não existe. Arrombaram casas. A casa é asilo inviolável, isso está na Constituição”, disse.
Gerlen afirmou ainda que os manifestantes aguardam a chegada de representantes do governo federal. “Eles só vão liberar a rodovia com a presença de superintendentes do Ibama, do Incra e do Dnit. Querem a garantia de que serão tratados como seres humanos, como cidadãos”, completou o prefeito.

Os moradores alegam que as ações recentes do Ibama na região, incluindo autuações e embargos de propriedades rurais, afetam diretamente suas atividades econômicas e condições de vida, sem espaço para negociação ou compensação.
Até o fechamento desta matéria, não havia confirmação de que representantes do governo federal ou do Ibama haviam se dirigido ao local para negociar. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Militar monitoram o protesto.