Justiça condena agressor a 52 anos de prisão por feminicídio em Senador Guiomard, no Acre

Sentença também determina pagamento de R$ 50 mil à família da vítima; crime foi cometido com extrema violência e planejamento.

José Rodrigues de Oliveira, de 54 anos, foi condenado a 52 anos e seis meses de prisão pelo feminicídio de Luana Conceição do Rosário, de 45 anos, em Senador Guiomard, no Acre. A decisão, proferida pela Vara Criminal da cidade, também obriga o réu a pagar R$ 50 mil em indenização à família da vítima.

Segundo a sentença assinada pelo juiz Romário Divino Faria, José “demonstrou extrema frieza” e premeditou o crime, executado em forma de emboscada.

O júri popular reconheceu que, mesmo com uma medida protetiva em vigor, Luana não conseguiu evitar o assassinato. O crime foi considerado praticado por motivo torpe, com meio cruel e dificultando a defesa da vítima. O réu foi representado pela Defensoria Pública, que informou que não comenta casos específicos.

O crime

Luana foi morta com 18 facadas no dia 13 de junho deste ano, quando saía para comprar pão. Câmeras de segurança registraram José descendo de uma moto, jogando o capacete no chão e atacando a vítima. Após o crime, ele ligou para o filho do casal, de 11 anos, que tem transtorno do espectro autista, confessando o assassinato e pedindo perdão à criança.

Segundo a Polícia Civil, José rondou a casa de Luana horas antes do ataque. “Por volta das 5h20, ele já estava de moto passando próximo para concretizar o fato. Quando ela saiu para comprar pão, ele percebeu e foi acompanhando na moto. Ele desceu do veículo e saiu correndo para atacá-la”, detalhou o delegado responsável pelo caso, Rômulo Carvalho.

Após o ataque, Luana ainda tentou atravessar a rua, mas caiu ao lado de um caminhão estacionado. José fugiu de moto e foi capturado no mesmo dia. A prisão preventiva foi decretada no dia seguinte, e o inquérito concluído em julho.

Omissão de socorro

O caso também resultou em indiciamentos por omissão de socorro. Um entregador e o motorista do caminhão presenciaram a cena, mas deixaram o local sem prestar ajuda.

“Naquele momento, o autor do crime ainda estava por ali, então, era arriscado fazer qualquer coisa. Mas, a partir do momento que ele foge do local, as duas testemunhas simplesmente ligam o caminhão, saem e a deixam lá”, afirmou o delegado.

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