IV Vivência da Sitoakore celebra cultura, resistência e força das mulheres indígenas em Rio Branco

Encontro gratuito reúne cantos, danças, saberes tradicionais e fortalece o protagonismo de mulheres indígenas em contexto urbano.

Rio Branco será ponto de encontro entre ancestralidade, arte e resistência no próximo dia 13 de dezembro. A Casa da Cultura da Gameleira abre as portas, das 9h às 17h, para a IV Vivência Cultural da Organização das Mulheres Indígenas do Acre, Sul do Amazonas e Noroeste de Rondônia (Sitoakore).

Sob a coordenação de Xiú Shanenawa, o evento gratuito convida a população a compartilhar práticas tradicionais de diferentes povos indígenas que vivem em contexto urbano, em uma jornada marcada por espiritualidade, memória e fortalecimento identitário.

Brincadeiras tradicionais, culinária indígena, cantos, danças, banhos e defumações integram a programação, conectando visitantes a conhecimentos ancestrais que resistem ao tempo e às pressões impostas pela vida nas cidades.

Brincadeiras tradicionais aproximam crianças indígenas e não indígenas em um gesto de partilha e aprendizado. Foto: Cedida

Além de celebrar a cultura indígena, a Vivência simboliza o encerramento do calendário de atividades da Sitoakore em 2025. O ano foi marcado por intensa atuação em pautas estaduais e nacionais, defesa de direitos e enfrentamento às mudanças climáticas.

Nesse percurso, a organização reafirmou seu protagonismo como uma das principais vozes do movimento de mulheres indígenas na região Norte, ampliando espaços de diálogo e incidência política.

Mulheres indígenas conduzem rituais de defumação, conectando corpo, espírito e ancestralidade. Foto: Cedida

Ao longo do dia, o público poderá acompanhar pintura corporal com kenes, feira de artesanato, apresentação de artistas indígenas, banquete de culinária tradicional e práticas espirituais conduzidas por lideranças femininas. Dois momentos de reflexão integram a programação formativa.

A palestra “Mulheres Indígenas em Contexto Urbano”, apresentada por Xiú Shanenawa, e a fala “O fazer tradicional das parteiras indígenas”, com Maristela Shanenawa, trazem à cena experiências que conectam território, corpo e saber comunitário. A expectativa é reunir cerca de 200 pessoas, entre indígenas e não indígenas, em uma rede de intercâmbio e respeito mútuo.

Feira de artesanato reúne peças produzidas por mulheres de diversas etnias presentes em Rio Branco. Foto: Cedida

Criada a partir do compromisso coletivo de mulheres indígenas em fortalecer trajetórias, territórios e direitos, a Sitoakore atua na formação política, cultural e ambiental em aldeias e cidades.

Nos últimos dois anos, desenvolveu projetos de impacto, entre eles o Raízes da Mudança – Mulheres Indígenas Moldando o Amanhã, em parceria com o Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América Latina e do Caribe (Filac), que percorreu comunidades ouvindo mulheres e fortalecendo lideranças.

Outro marco foi o Raízes da Mudança – Mulheres Indígenas na Defesa do Clima e dos Territórios, com apoio do Fundo Indígena da Amazônia Brasileira (Podáali), Conservação Internacional, CIMI e DSEI, voltado à discussão de justiça climática e acesso a políticas públicas.

Pintura corporal com kenes marca identidade, proteção e pertencimento de diferentes povos indígenas. Foto: Cedida

Em parceria com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a organização coordenou o programa Fortalecendo Mulheres Indígenas como Líderes Climáticas, contribuindo para a implementação do PNAGTI.

Já a Formação de Lideranças Femininas Indígenas, realizada em 2024 com apoio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), Secretaria Extraordinária Estadual de Povos Indígenas (Sepi) e Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), abordou temas como gestão territorial, participação política e justiça climática.

A Vivência Cultural integra esse conjunto de ações que unem arte, espiritualidade e engajamento social, fortalecendo a presença indígena nos espaços urbanos sem romper com a memória ancestral.

A iniciativa é financiada pela Fundação Garibaldi Brasil (FGB), por meio da Lei Aldir Blanc, do Governo Federal, e consolida-se como um espaço de intercâmbio entre culturas, gerações e saberes.

Serviço

IV Vivência Cultural da SITOAKORE

Data: 13 de dezembro de 2025
Horário: 9h às 17h
Local: Casa da Cultura da Gameleira — Rua Cunha Matos, 531, Bairro Seis de Agosto
Entrada: Gratuita
Realização: SITOAKORE — Organização das Mulheres Indígenas do Acre, Sul do Amazonas e Noroeste de Rondônia
Financiamento: Fundação Garibaldi Brasil | Lei Aldir Blanc | Governo Federal
Coordenação: Xiú Shanenawa

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