Guardiões da floresta se unem contra ameaças ambientais em campanha do MPAC

Ação ambiental usa personagens da cultura acreana para alertar sobre poluição, desmatamento, queimadas e contaminação dos rios.

O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) lançou nesta segunda-feira (11) a campanha “Os guardiões da floresta”, que utiliza personagens do imaginário popular amazônico para chamar atenção sobre os impactos das mudanças climáticas. A ação está sendo divulgada nas redes sociais oficiais do órgão (@mpacre).

Figuras tradicionais da mitologia acreana, como o Mapinguari, a Matinta-Pereira, o Caboquin da Mata e a Cobra Grande, foram escolhidas para personificar a luta contra problemas ambientais que afetam diretamente a Amazônia. Cada personagem representa uma causa: poluição do ar, desmatamento, queimadas e poluição dos rios.

“Os encantados da Amazônia, guardiões da floresta, ganharam voz para alertar sobre as alterações no planeta. O Mapinguari, a Matinta-Pereira, o Caboquin e a Cobra Grande, personagens tradicionais da mitologia acreana, estão assustados com tanto calor fora do tempo, fumaça demais no ar, rios secando como nunca se viu e bichos desaparecendo para sempre. Conhecedores da grande floresta como ninguém, eles sabem que nada está como antes e que isso tem nome e sobrenome: mudanças climáticas causadas pelos homens. Agora, os guardiões trocam a magia e o encantamento pela mensagem e a comunicação. Vão às redes sociais falar com humor, sabedoria e autoridade de quem protege a floresta há milhares de anos”, diz o texto de lançamento da campanha.

Com o slogan “Os mitos da Amazônia se uniram contra a destruição”, a campanha aposta no regionalismo e no tom lúdico para abordar temas urgentes, sem perder a seriedade necessária. A proposta é aproximar a mensagem ambiental da cultura local, reforçando a identidade e o sentimento de pertencimento.

Segundo a Diretoria de Comunicação do MPAC, Kelly Souza, a intenção foi ir além do simples apelo ambiental. “As figuras que representam os guardiões da floresta lembram que defender a floresta é defender a nossa própria história. Mais do que conscientizar, esperamos despertar o sentimento de pertencimento e o desejo de agir como guardiões do meio ambiente”, afirmou o órgão.

Conheça os guardiões

Caboquin da Mata: o vigilante dos seres da floresta

Caboquin. Foto: Divulgação/MPAC

No imaginário dos povos da Amazônia, o Caboquin da Mata é muito mais que um personagem. É um espírito protetor que habita a mata densa, sempre atento aos sinais da floresta.

Na versão acreana do Curupira amazônico, o Caboquin da Mata pode assumir várias formas de acordo com as circunstâncias: pode parecer uma criança ou um velho para ajudar quem está perdido na floresta ou pode estar invisível enquanto aplica uma peia de cipó em quem caça além do que pode comer.

Na campanha #osguardiõesdafloresta, ele representa a luta contra as queimadas.

Mapinguari: o gigante da floresta

Mapinguari. Foto: Divulgação/MPAC

Mito de origem indígena que foi assimilado pela população cabocla e sintetiza a sabedoria antiga dos que vivem sob a proteção da floresta e se dedicam a protegê-la.

O Mapinguari é uma figura imponente do imaginário de quem vive na Amazônia. Símbolo da força e da resistência da natureza diante das ameaças que enfrenta.

Na campanha #osguardiõesdafloresta, o Mapinguari representa a luta contra o desmatamento.

Matinta Pereira: a senhora dos ventos e dos avisos

Matinta Pereira. Foto: Divulgação/MPAC

A bela coruja conhecida como Rasga-mortalha é tida por muitos que moram nas áreas florestais como um animal cujo canto anuncia acontecimentos agourentos ou infortúnios, mas ao mesmo tempo, nos faz os necessários alertas para evitarmos que o mal nos alcance.

Ela percorre a floresta levando os avisos dos ventos, alertando sobre o ar poluído que ameaça a vida, sobre as queimadas, a fumaça…

Símbolo da força e do alerta da floresta amazônica, na campanha #Osguardiõesdafloresta, ela vai cuidar da qualidade do ar e lutar contra todas as formas de poluição que sufocam a Amazônia.

Cobra Grande: a guardiã das águas

Cobra Grande. Foto: Divulgação/MPAC

Reverenciada nas tradições indígenas da Amazônia, a Cobra Grande habita as águas profundas dos rios.

Símbolo de força, proteção e equilíbrio, ela é a guardiã das águas que nos sustentam e das tradições que nos definem. Essa história é a nossa história.

Quando a Cobra Grande aparece, é sinal de que algo não vai bem. Rios e igarapés ameaçados pela poluição, pelo desmatamento e pelo descaso…

Mas também é um sinal de que a Amazônia está viva, alerta e pronta para se defender.

Na campanha #Osguardiõesdafloresta”, a Cobra Grande é a protetora das águas e vai lutar contra a poluição e contra aqueles que ameaçam a vida dos rios e igarapés.

Com informações da Agência de Notícias do MPAC.

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