Edvaldo Magalhães denuncia abandono de escola indígena em Feijó e cobra valorização de professores no Acre

Deputado afirma que alunos estudam em ambiente insalubre com teto de palha deteriorado, cobra valorização dos professores e alerta para riscos de endividamento do Acre.

O deputado estadual Edvaldo Magalhães (PCdoB) denunciou nesta terça-feira (14) as condições precárias da Escola Indígena de Ensino Médio Huni Kui Nia Ibu Isaka, localizada na Aldeia Belo Monte, na Terra Indígena Katukina/Kaxinawá, município de Feijó, região do Baixo Envira, no interior do Acre.

Segundo o parlamentar, a estrutura está em situação de abandono, com teto de palha apodrecido, sem piso e sem condições mínimas de funcionamento, expondo alunos e professores a um ambiente insalubre. Durante o pronunciamento na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), Magalhães afirmou que a unidade “não pode ser chamada nem de paiol” e criticou o descaso com a educação indígena no estado.

“Essa escola é pior do que a que apareceu no Fantástico. Está coberta de palha e já apodreceu. Cobriram sem piso, botaram uma pequena lousa e chamaram de escola de ensino médio. Vai cair no esquecimento”, declarou.

O deputado estadual Edvaldo Magalhães (PCdoB) denunciou as condições precárias da Escola Indígena Huni Kui Nia Ibu Isaka. Foto: Juan Vicent/Proa

O parlamentar apresentou um vídeo que mostra as condições do espaço e destacou o esforço do professor responsável pelas turmas. O discurso foi feito na véspera do Dia do Professor, celebrado nesta quarta-feira (15).

“Quis trazer esse exemplo para homenagear o professor anônimo que, mesmo diante do abandono, continua ensinando seus alunos”, afirmou.

Em sua fala, Edvaldo Magalhães também criticou a retirada dos 10% da tabela do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) da Educação, aprovada na legislatura anterior. Segundo o deputado, a medida representou uma perda significativa para os educadores acreanos.

“Esse professor não vai ter o que comemorar, assim como vários professores e professoras do nosso estado. Roubaram o seu plano de cargos, carreiras e salários numa votação covarde nesta Casa. Fizeram como uma extração de dente sem anestesia”, disse.

Magalhães reafirmou que a principal reivindicação da categoria é reaver uma conquista que foi retirada “à força” e cobrou do governo estadual um gesto concreto de valorização dos profissionais da educação.

O parlamentar também se posicionou sobre os novos pedidos de empréstimos do governo do Estado, que somam aproximadamente R$ 280 milhões, sendo R$ 30 milhões destinados à modernização da administração pública e R$ 250 milhões voltados à área da produção.

Segundo Magalhães, o Acre ainda não cumpriu os requisitos da Lei de Responsabilidade Fiscal, o que torna o endividamento um risco.

“O estado não fez o dever de casa para sair do limite da lei. Os últimos relatórios mostram que o Acre caiu da letra B para a letra C. Se for para colocar o Fundo de Participação dos Estados (FPE) como avalista, voto contra”, declarou.

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