Unidades nas comunidades Apertado e Cachorra Magra funcionam entre fezes de animais e estruturas comprometidas, segundo parlamentar.
Durante sessão na Assembleia Legislativa do Acre, nesta quarta-feira (11), o deputado estadual Edvaldo Magalhães (PCdoB) apresentou novas denúncias sobre as condições de escolas rurais no estado. Segundo o parlamentar, os problemas vão além do que foi exibido no último domingo (8) pelo programa Fantástico, da TV Globo, que mostrou estudantes assistindo aula em um curral no Bujari.

Imagens encaminhadas ao deputado revelam a situação do anexo II da Escola Limoeiro, localizada na Colocação Cachorra Magra, dentro da Floresta Estadual do Antimary. A unidade é vinculada à mesma escola mostrada na reportagem da TV Globo e, de acordo com Magalhães, está em completo abandono. Uma reforma chegou a ser iniciada no local, mas foi paralisada. Atualmente, os alunos assistem às aulas em um corredor, compartilhando o espaço com fezes de animais que ocupam o prédio durante a noite.

Outro caso citado é o da Escola Redenção, situada na Colocação Apertado, também na Floresta do Antimary. Segundo o vereador de Bujari, Marivaldo do Antimary, que visitou a unidade, o assoalho está comprometido e há relatos de acidentes com alunos devido às tábuas podres. A escola, construída em madeira, apresenta risco de desabamento e não possui estrutura mínima para funcionamento.

Tanto a Secretaria de Estado de Educação (SEE) quanto a Secretaria de Meio Ambiente (Sema) são responsáveis pelas unidades, por se tratarem de escolas em área de floresta pública estadual.
“Essas escolas são na Floresta Estadual do Antimary. Vou voltar com esse debate na semana que vem porque nesta floresta pública existe recursos do KFW [banco de desenvolvimento alemão] para fazer os investimentos e as reformas, independente dos recursos da Secretaria de Educação. E o abandono daquela Floresta é gritante”, afirmou Magalhães.
O deputado também prometeu levar ao plenário a situação da Unidade de Gestão Ambiental Integrada (UGAI), galpões deteriorados e maquinário retirado há quatro anos. “Vou trazer a situação da UGAI. Vou trazer aqui também os galpões caindo. Os tratores e demais maquinários foram retirados de lá há 4 anos. É a demonstração de que o problema do ensino rural é crônico, não é pontual e permanece”, disse.
Atualmente, segundo o parlamentar, o Acre possui 420 escolas rurais, das quais 160 precisam ser reconstruídas ou passar por reformas estruturais.