O deputado Edvaldo Magalhães prestou solidariedade à família e destacou casos recentes de óbitos infantis em hospitais do interior.
O deputado estadual Edvaldo Magalhães (PCdoB) comentou, nesta terça-feira (28), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), sobre o caso do recém-nascido José Pedro, que foi dado como morto após o parto na Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco. A criança de cinco meses de gestação passou cerca de 13 horas no necrotério e só não foi sepultada porque chorou enquanto estava sendo velada, chamando a atenção da família.
Em sua fala, o parlamentar expressou solidariedade à família e criticou o que chamou de descaso nos hospitais do estado. “Eu gostaria de prestar a solidariedade à família daquele pequeno, daquele anjo, que deu a demonstração de extrema resistência. Um erro profissional atestou um óbito que não existiu. Ele foi embrulhado, colocado na pedra fria de um necrotério e, na hora de ser sepultado, chorou. Chorou para denunciar o descaso, chorou para pedir a atenção de todos nós sobre o que ocorre não só na maternidade, mas nos hospitais com mortes de crianças toda semana no Acre”, afirmou Magalhães.
O deputado também citou casos recentes registrados em Feijó, na última quinzena, destacando três óbitos infantis.
“Foram três óbitos e um deles escandaloso como foi o caso do José Pedro. A mãe foi ao hospital dizendo que estava com uma dor no pé da barriga. ‘O médico atendeu disse: você está com gripe? Sim. Então é a gripe’. Deu um remedinho e mandou para casa, pediu para fazer uma ultrassonografia na segunda-feira. Ao fazer, na segunda, a criança já estava morta. Encaminharam para Cruzeiro do Sul, chegando lá: cesária para tirar a criança. A mãe viu a criança. No atestado de óbito estava dizendo que ela tinha morrido sufocada pelo cordão umbilical. Não tinha nenhum hematoma, nem um sinal de que teria sido sufocada. A família gritou: nós queremos que se faça a autopsia. E a autoridade que atendeu na delegacia disse: ‘não, tem que mandar o feto para Feijó para registrar o boletim de ocorrência’. A criança voltou para Feijó, depois teve que retornar de novo para Cruzeiro do Sul para autopsia. Olha só o sofrimento dessa mãe”, detalhou.
O recém-nascido José Pedro não resistiu e morreu no último domingo (26), na Maternidade da capital acreana. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), que apontou como causa do óbito um quadro de choque séptico e sepse neonatal, decorrente de uma infecção generalizada que levou à falência múltipla dos órgãos.


