Deputado criticou atuação de aliados do ex-presidente e classificou ações como “traição à pátria”.
Durante a abertura dos trabalhos legislativos na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), nesta terça-feira (5), o deputado estadual Edvaldo Magalhães (PCdoB) se pronunciou sobre a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo Edvaldo, as medidas cautelares determinadas pelo Supremo são “consequências do comportamento” do ex-presidente. Ele ressaltou que o processo ainda está em curso e que Bolsonaro terá direito ao julgamento conforme os ritos legais.
“As medidas cautelares, impostas ao ex-presidente, foram consequências do seu comportamento. Não é o julgamento. Ainda vai vir, no devido processo legal, como está sendo. Nunca um julgamento foi tão televisionado, divulgado no mundo inteiro, com transparência”, afirmou o parlamentar.
O deputado também fez duras críticas a aliados de Bolsonaro que, segundo ele, têm atuado para prejudicar o Brasil em sua relação com os Estados Unidos, ao pressionar por retaliações comerciais contra o país.
“Estão traindo a pátria. Estão querendo sabotar a pátria”, disse Edvaldo. “Nunca na história, dos mais de 200 anos de relação comercial que o Brasil tem com os Estados Unidos, se viu uma chantagem tão descarada, tão vergonhosa, e gente batendo palma para isso”, completou.
Durante o discurso, Magalhães relembrou uma frase do ex-deputado federal Ulysses Guimarães, dita na promulgação da Constituição Federal de 1988, para reforçar sua defesa das instituições democráticas:
“Discordar? Sim. Divergir? Sim. Descumprir? Jamais. Afrontá-la? Nunca. Traidor da Constituição é traidor da pátria.”
A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro foi decretada no âmbito do inquérito que investiga suposta tentativa de golpe de Estado e ataques às instituições democráticas após as eleições de 2022.