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Caso Yara: Ex-marido de mulher morta após boatos é preso no Acre durante operação policial

Ismael Bezerra foi detido junto ao irmão durante operação da Polícia Civil no Conjunto Cidade do Povo; outros seis suspeitos também foram presos por envolvimento na tortura e morte de Yara.

A Polícia Civil do Acre (PCAC) realizou, na manhã desta terça-feira (29), uma operação no Conjunto Habitacional Cidade do Povo, em Rio Branco, como parte das investigações sobre o assassinato de Yara Paulino da Silva, espancada até a morte em março deste ano. A ação resultou no cumprimento de 10 mandados de busca e apreensão e na prisão de oito suspeitos, incluindo o ex-marido da vítima, Ismael Bezerra Freire, e o irmão dele.

De acordo com a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ambos estavam presentes no momento em que Yara era torturada por membros de uma facção criminosa, embora não tenham participado da execução. O delegado Leonardo Ribeiro, titular da DHPP, explicou que o ex-companheiro foi preso após apresentar contradições no depoimento. “Em relação ao momento da execução em si, eles não fizeram parte. Agora, no momento antes da execução, eles estavam presentes sim”, afirmou.

Em coletiva de imprensa, o delegado-geral Henrique Maciel, acompanhado dos delegados Pedro Paulo Buzolin e Leonardo Ribeiro, destacou o empenho da Polícia Civil na elucidação do crime e na busca pela criança desaparecida. Foto: Assessoria/PCAC.

Além deles, três mulheres foram presas sob suspeita de envolvimento direto nas agressões físicas contra a vítima. A operação teve apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core). Celulares apreendidos com os suspeitos passarão por perícia e podem contribuir com o avanço das investigações.

A Polícia Civil informou que parte dos detidos é ligada a uma organização criminosa com atuação na região. O delegado-geral, Henrique Maciel, destacou que o caso é tratado como prioridade pela instituição. “Desde o início, nossas equipes têm trabalhado incansavelmente para identificar todos os envolvidos e responsabilizá-los perante a Justiça. Nosso compromisso é com a verdade, com a memória da vítima e com a proteção da criança que segue desaparecida”, declarou.

Crime motivado por boatos

Yara Paulino foi espancada até a morte em via pública após boatos de que teria matado a própria filha, uma bebê de 3 meses. Cerca de 15 dias antes de ser assassinada por membros de uma facção criminosa, Yara chegou a avisar para alguns vizinhos que Cristina Maria, a filha caçula, tinha sumido e acusou o ex-marido e pai da menina, Ismael Bezerra Freire, de a ter levado sem sua permissão.

A foto da criança chegou a circular em grupos de mensagens do conjunto habitacional, mas nenhum dos pais registrou o desaparecimento oficialmente.

No dia 24 de março, moradores acharam uma ossada dentro de um saco de ração e começaram a espalhar no bairro que os restos mortais seriam da criança e que a mãe, Yara Paulino, a teria matado.

A informação não foi confirmada. Mesmo assim, integrantes de uma facção criminosa invadiram a casa da vítima e iniciaram as agressões. Yara tentou fugir, mas foi alcançada e morta com golpes de ripa e machado no meio da rua. Horas depois do assassinato, o Instituto Médico Legal (IML) concluiu que a ossada encontrada era de um animal.

No dia 26 de março, a Polícia Civil incluiu os dados da bebê na plataforma Amber Alert, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. As autoridades trabalham com a hipótese de que a criança esteja viva, mas optam por não divulgar detalhes para não comprometer as investigações.

A Polícia Civil informou que continua ouvindo testemunhas e analisando os materiais apreendidos para concluir o inquérito.

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