Entidade afirma que mais de 100 famílias podem ficar sem terapias caso impasse com o Conselho de Assistência Social não seja resolvido.
A Associação Família Azul do Acre (AFAC), referência no atendimento a crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em Rio Branco, enfrenta um impasse que ameaça a continuidade de seu trabalho social.
A presidente da entidade, Heloneida da Gama, fez um apelo público nas redes sociais exigindo uma resposta formal do Conselho Municipal de Assistência Social sobre a negativa de reconhecimento da instituição, condição necessária para o recebimento de recursos públicos e internacionais.
Desde julho de 2025, a AFAC tenta regularizar sua situação institucional e adequar-se às exigências legais para atuação na área da assistência social. A associação afirma ter enviado ofícios, atualizado seu estatuto e cumprido todas as exigências técnicas solicitadas. Apesar disso, não recebeu retorno oficial do Conselho, apenas informações extraoficiais de que a solicitação “não foi aprovada”.
Sem o reconhecimento, a entidade fica impedida de acessar emendas parlamentares, convênios e parcerias governamentais, o que compromete a manutenção das terapias oferecidas a 105 crianças e adolescentes. “Ano que vem, essas crianças vão ficar sem terapia. Porque eu não tenho apoio. E o que custa dar essa resposta?”, questiona Heloneida, em tom de indignação.
A dirigente também criticou a ausência de transparência e a falta de respeito institucional no processo. “Fiz dois ofícios e até hoje não tive a dignidade de ter uma resposta. As pessoas acham que eu vou ficar calada, como muitos colegas ficam. Eu não vou”, afirmou. Ela acrescentou que, se não houver uma posição até sexta-feira, levará a situação ao Ministério da Cidadania, em Brasília.
Heloneida informou ainda que não atenderá mais ligações ou mensagens informais sobre o caso. “Eu quero um posicionamento por escrito. Seja positivo ou negativo. Eu preciso saber por que não podemos fazer parte”, declarou.


