Adolescentes vítimas de abuso sexual e cárcere são resgatadas em seringal isolado no Acre

Pai e padrasto das vítimas foi preso durante operação do MPAC e Polícia Civil em Feijó; mãe era mantida refém e obrigada a presenciar os abusos.

Duas adolescentes vítimas de abuso sexual contínuo, violência psicológica e cárcere privado foram resgatadas no último sábado (5) no Seringal Paraná do Ouro, área de difícil acesso em Feijó, no interior do Acre. O próprio pai e padrasto das meninas é apontado como autor dos crimes.

A operação, conduzida pelo Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) em parceria com a Polícia Civil e o Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), também retirou a mãe das vítimas, que era mantida refém e obrigada a presenciar os abusos. Outras crianças da família também foram resgatadas e estão sob proteção do Estado.

As investigações revelaram que, além dos abusos sexuais, as adolescentes eram submetidas a constantes ameaças e violência psicológica. Uma delas chegou a engravidar durante o período de violência. A mãe era mantida em cárcere privado e ameaçada para não denunciar o agressor.

Mãe das vítimas, que era mantida refém e obrigada a presenciar os abusos, também foi resgatada. Foto/Ciopaer

Diante da gravidade do caso, o MPAC solicitou apoio logístico da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) para acessar o seringal e dar cumprimento ao mandado de prisão expedido pela Vara Criminal de Feijó. Também foram autorizados buscas, apreensão de provas e a quebra do sigilo telefônico do acusado.

O homem foi preso em flagrante e, no domingo (6), durante audiência de custódia, teve a prisão convertida em preventiva a pedido do MPAC.

O caso reforça a importância de quebrar o silêncio sobre crimes de estupro, especialmente em áreas rurais isoladas, onde a falta de acesso dificulta a denúncia e o resgate. O MPAC destaca que qualquer pessoa pode denunciar situações de violência sexual, violência doméstica ou cárcere privado, mesmo de forma anônima.

Como denunciar:

Denúncias podem ser feitas pelo Disque 100, pelo telefone 190 da Polícia Militar ou diretamente às Promotorias de Justiça de cada município. O sigilo é garantido e pode salvar vidas.

Números disponibilizados pela PM do Acre para que a mulher peça ajuda:

  • (68) 99609-3901
  • (68) 99611-3224
  • (68) 99610-4372
  • (68) 99614-2935

Outras formas de denunciar casos de violência contra a mulher:

  • Polícia Militar – 190: quando a criança está correndo risco imediato;
  • Samu – 192: para pedidos de socorro urgentes;
  • Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres;
  • Qualquer delegacia de polícia;
  • Secretaria de Estado da Mulher (Semulher): recebe denúncias de violações de direitos da mulher no Acre. Telefone: (68) 99930-0420. Endereço: Travessa João XXIII, 1137, Village Wilde Maciel.
  • Disque 100: recebe denúncias de violações de direitos humanos. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa;
  • Profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, precisam fazer notificação compulsória em casos de suspeita de violência. Essa notificação é encaminhada aos conselhos tutelares e polícia;
  • WhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos: (61) 99656- 5008;
  • Ministério Público;
  • Videochamada em Língua Brasileira de Sinais (Libras).
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