Ex-deputada federal afirma que tragédias recentes mostram problemas graves no atendimento público.
A ex-deputada federal e atual diretora da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Perpétua Almeida, usou as redes sociais nesta segunda-feira (27) para se manifestar sobre a situação da saúde pública no Acre e pedir ação imediata das autoridades estaduais, após casos recentes envolvendo bebês em maternidades do estado.
Segundo Perpétua, os últimos acontecimentos revelam falhas graves no atendimento público. Ela citou o bebê José Pedro, recém-nascido de cinco meses de gestação, dado como natimorto na Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco, e retirado vivo do próprio velório no sábado (25).
O recém-nascido já estava sendo velado quando familiares constataram que ele estava vivo e chorando dentro do caixão após ficar cerca de 12 horas dentro de um saco. Ele não resistiu e morreu por volta das 23h desse domingo (26), na Maternidade da capital acreana.
“O caso mais recente nos deixou em choque: bebê declarado morto passa 13 horas em saco e acorda durante o sepultamento. Foi levado à UTI, mas não resistiu e faleceu ontem à noite. Uma vida que mal começou, interrompida por um sistema que deveria cuidar da vida”, escreveu.
Perpétua também mencionou o caso da pequena Aurora Maria Oliveira Mesquita, que teve queimaduras de 2º e 3º graus causadas pela água quente usada durante o banho na Maternidade Irmã Maria Inete, em Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, em junho deste ano.
Aurora foi atendida na própria unidade, mas devido à gravidade das lesões, precisou ser encaminhada para Rio Branco e, depois, para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, onde passou por procedimento de enxerto de pele nos dedos dos pés. A menina recebeu alta no dia 31 de julho após mais de um mês internada.
“Aurora teve tempo de ser transferida para outros centros, sobreviveu e passa bem. Uma dor que atravessa qualquer coração humano”, lembrou Perpétua.
A ex-deputada afirmou que denúncias sobre falhas em hospitais do estado se multiplicam. Ela citou relatos de moradores do Hospital de Feijó, também no interior, que teriam afirmado que “os pacientes entram andando e saem em caixão”.
Na publicação, Perpétua Almeida enfatizou que a população do Acre continua enfrentando sofrimento devido à situação da saúde pública e questionou a atuação das autoridades estaduais.
“Quantas vidas mais precisarão ser perdidas para que algo seja feito? Quando a Justiça vai agir? Porque, se depender do governador, tudo segue ‘muito bem’… Enquanto o povo sofre, adoece e morre esperando por socorro.”
Perpétua concluiu que o Acre está de luto e destacou que a população não pode continuar sofrendo por falhas que, segundo ela, poderiam ser evitadas. “O Acre está de luto. Mas também está cansado de ser saco de pancada de gestores irresponsáveis e desumanos”.


