Nataniel Oliveira de Lima, de 23 anos, foi localizado no bairro Eldorado e é apontado pela Polícia Civil como participante do homicídio do ativista cultural, morto a facadas.
A Polícia Civil do Acre prendeu, no final da tarde desta quinta-feira (25), Nataniel Oliveira de Lima, de 23 anos, apontado como o segundo suspeito de envolvimento no assassinato do ativista cultural e servidor público Moisés Alencastro, de 59 anos.
A vítima foi encontrada morta a golpes de faca no dia 22 de dezembro, dentro do apartamento onde morava em Rio Branco.
O principal suspeito do crime, Antônio de Sousa Morais, de 22 anos, já havia sido preso na manhã do mesmo dia, após quatro dias de buscas ininterruptas realizadas pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
De acordo com a Polícia Civil, Nataniel foi localizado no bairro Eldorado e conduzido à sede da DHPP, onde foi interrogado. Em seguida, ele foi encaminhado à Delegacia de Flagrantes (Defla), onde permanece à disposição da Justiça.
Antes da prisão, o delegado Alcino Júnior, responsável pelas investigações, solicitou a prisão preventiva do suspeito. Segundo ele, a resposta rápida das instituições foi fundamental para o avanço do caso.
“Destaco o empenho e o trabalho técnico desenvolvido por toda a equipe da DHPP e a imediata resposta do Ministério Público e do Poder Judiciário no plantão deste Natal”, afirmou.

As investigações avançaram a partir da análise do local do crime, de provas periciais e de informações colhidas durante diligências iniciadas ainda na noite em que o corpo de Moisés Alencastro foi encontrado.
Inicialmente tratado como um possível latrocínio, o caso passou a ser analisado sob outra perspectiva com o aprofundamento da apuração.
Para a Polícia Civil, os indícios apontam que a vítima conhecia os suspeitos, já que não havia sinais de arrombamento ou violação no apartamento. A investigação apurou ainda que Moisés mantinha contato com os dois suspeitos, inclusive por meio de redes sociais.
“Pelas circunstâncias de não arrombamento no apartamento, de não ter sinais de que houve violações, faz crer que as pessoas que estavam no apartamento entraram de forma consensual, possivelmente amigos, pessoas que eram do relacionamento da vítima”, explicou o delegado Alcino Júnior.
Ainda conforme a polícia, após o homicídio, os suspeitos teriam se aproveitado da situação para subtrair bens de Moisés Alencastro, o que caracteriza, em tese, um homicídio qualificado seguido de furto.
Durante as diligências, os investigadores localizaram em residências ligadas aos suspeitos diversos objetos pertencentes à vítima, como documentos pessoais, controles do veículo e do apartamento, além de roupas com vestígios de sangue.
“Encontramos óculos, controle do veículo, controle do apartamento, documentos, inclusive da vítima, e acabamos aí tendo vários indícios de que, de fato, essa pessoa teria participado do crime”, detalhou o delegado.
Há também relatos de que cartões bancários de Moisés teriam sido utilizados após o crime, mas a tentativa de compra foi negada em um estabelecimento comercial. Imagens de câmeras de segurança foram coletadas e integram o conjunto probatório do inquérito.
O carro da vítima foi encontrado abandonado na Estrada do Quixadá, com um pneu estourado. A polícia acredita que os suspeitos tentaram fugir com o veículo, mas acabaram abandonando-o após o incidente.
No momento em que o corpo foi localizado, havia sinais de rigidez cadavérica compatíveis com cerca de 18 a 20 horas de morte, o que indica que o crime ocorreu na noite de domingo (21), embora o laudo oficial ainda não tenha sido concluído. A avaliação preliminar aponta que Moisés Alencastro foi atingido por mais de cinco golpes de faca. A arma utilizada no crime ainda não foi encontrada.
O caso segue sob investigação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, que agora concentra esforços na conclusão do inquérito e no aprofundamento da participação de cada um dos suspeitos no crime.


