Servidor do Imac e esposo do prefeito de Feijó foi exonerado após participar de evento de filiação do senador Alan Rick ao Republicanos.
O deputado estadual Edvaldo Magalhães (PCdoB) criticou nesta terça-feira (11) o governo do Acre por, segundo ele, utilizar cargos de confiança como instrumento de “vingança política”. A declaração foi feita após a exoneração de Willian Barbosa Bezerra, esposo do prefeito de Feijó, Railson Ferreira, do cargo que ocupava no Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac).
A exoneração foi publicada na edição do Diário Oficial do Estado (DOE) na segunda-feira (10), dois dias depois de Railson e Willian participarem do ato de filiação do senador Alan Rick ao Republicanos.
Durante sessão na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), Magalhães afirmou que o governo tem usado a máquina pública para cooptar aliados e punir divergências políticas.
“O que fez de errado um prefeito que fez parte da agenda do seu partido, o Republicanos? Mas, a presença do prefeito no ato de seu partido mereceu debate público e exoneração imediata. Eu aprendi na vida que quando quem tem muita força e reage de força apressada, é porque tem alguma coisa errada no seu movimento da política. Você pega o esposo do prefeito, que foi para o ato de filiação do seu partido e retalia com a exoneração. Isso testemunha de que o Estado está utilizando dos cargos de confiança para fazer cooptação, de amarração e de opressão política, que quando contrariado, só tem um jeito de se vingar: com a exoneração”, disse o parlamentar.
Ele também classificou o episódio como exemplo de “retaliação direta”, sustentando que cargos comissionados têm sido usados como “instrumento de pressão, opressão e adesão política”.
“Cria-se cargo de forma desnecessária para amarrar apoio, e se exonera para retaliar. A única coisa que não se faz é economizar, deixando de nomear, para garantir folga fiscal e atender as reivindicações das categorias”, afirmou.
O líder do Governo na Aleac, deputado Manoel Moraes, também disse não concordar com a forma como a exoneração foi conduzida e afirmou que buscará informações sobre o procedimento.
“O Railson é uma pessoa maravilhosa, eu conheço há muito tempo, uma pessoa que dá gosto de conversar com ele. Essa maneira, como foi feita, eu não concordo. Vou procurar me informar para saber como foi feito isso. Ele é um prefeito importante, tem dado atenção para o Governo quando vai lá, tem ajudado. Não é desse jeito”, declarou o líder governista.
Em nota, o governo negou que a exoneração tenha motivação política e informou que a medida faz parte de ajustes administrativos.


