Dados do Inpe mostram redução expressiva entre agosto de 2024 e julho de 2025, resultado atribuído ao reforço na fiscalização e à ampliação das ações de proteção ambiental.
O desmatamento em Unidades de Conservação (UCs) federais da Amazônia caiu 31% entre agosto de 2024 e julho de 2025, na comparação com o mesmo período anterior. Os dados, divulgados em 30 de outubro pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indicam a menor taxa de devastação registrada no bioma desde 2008.
Na Amazônia Legal, que abrange nove estados, incluindo o Acre, a redução foi de 11,08%, o terceiro menor índice desde o início do monitoramento, em 1988. No Cerrado, o Inpe também observou queda de 45% nas taxas de desmatamento em UCs, enquanto a redução geral foi de 11,49%, a segunda menor desde a criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em 2007.
O governo federal atribui a diminuição ao fortalecimento das ações de fiscalização e de proteção ambiental em áreas de conservação. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, as Unidades de Conservação têm papel decisivo na contenção das emissões de gases de efeito estufa, já que o desmatamento ainda é a principal fonte desses gases no país.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ampliaram operações de campo e o uso de tecnologias de satélite para coibir atividades ilegais.
“A retomada da presença do Instituto Chico Mendes nos territórios tem sido decisiva para este resultado positivo, com o reforço da fiscalização e do combate às ilegalidades, a recomposição de conselhos participativos, a reativação de políticas sociais que chegam diretamente a povos e comunidades tradicionais e a aquisição de veículos e equipamentos, entre outras ações”, avalia o presidente do órgão, Mauro Pires.
A ministra Marina Silva afirmou que os dados reforçam a importância das áreas protegidas para o equilíbrio climático e a preservação da biodiversidade. “A queda do desmatamento nas Unidades de Conservação confirma a relevância dessas áreas para proteger nossos biomas, a biodiversidade e os modos de vida. Ao manter serviços ecossistêmicos — estabilidade climática e regulação das chuvas —, elas beneficiam toda a sociedade e a própria economia brasileira”, disse.
O Brasil tem como meta alcançar o desmatamento zero até 2030. Segundo o governo, a continuidade da tendência de redução é essencial para que o país cumpra seus compromissos climáticos e mantenha os níveis de emissões sob controle.


