Fechamento de boxes no Shopping Aquiri mobiliza vereadores e comerciantes em Rio Branco

Concessionária lacra espaços e impede acesso às mercadorias; acordo com renegociação de dívidas garante reabertura imediata e retorno das vendas.

O fechamento de boxes do Shopping Aquiri, no Centro de Rio Branco, gerou protesto e mobilização nesta segunda-feira (3). A concessionária Elit, responsável pela administração do local, lacrou os espaços de pequenos comerciantes e impediu o acesso às mercadorias devido a atrasos no pagamento das mensalidades. A medida, considerada abusiva pelos trabalhadores, provocou revolta entre os permissionários.

Pelo menos oito lojistas tiveram seus estabelecimentos fechados no domingo (2) e se depararam com fechaduras trocadas na manhã desta segunda. O vereador André Kamai (PT), que esteve no local acompanhado de outros parlamentares, criticou a postura da concessionária e cobrou solução imediata da situação.

“A Prefeitura e a empresa têm tomado medidas duras contra os trabalhadores, quando nem a própria concessionária cumpre o que está no contrato”, afirmou Kamai, ressaltando que o acordo previa ações de fortalecimento do comércio, como eventos e publicidade, que não estão sendo realizadas.

Segundo o parlamentar, a empresa alega que não investe no shopping por causa da inadimplência, mas o enfraquecimento do comércio popular impede que os permissionários cumpram seus compromissos financeiros.

“A empresa alega que não investe por causa da inadimplência, mas o comércio está enfraquecido e os permissionários não conseguem pagar. Quando a Prefeitura teve problema com o transporte coletivo, subsidiou o sistema. Por que não pode fazer o mesmo pelo Shopping Popular, especialmente neste período de Natal?”, questionou.

Vereador André Kamai conversa com comerciantes após fechamento dos boxes no Shopping Aquiri. Foto: Paulo Murilo/Proa

Após a intervenção, foi firmado um acordo para renegociar as dívidas, permitindo a reabertura imediata dos boxes. O acordo estabelece que os comerciantes terão 30 dias para realizar a entrada de um reparcelamento, sem incidência de juros. “Foi uma vitória importante. A gestora local entrou em contato com a direção nacional e, pela boa vontade das partes, conseguimos garantir que os comerciantes voltem a trabalhar”, comemorou Kamai.

Jimy Silva, presidente do Sindicato dos Camelôs e Feirantes do Acre, disse que a devolução das chaves já foi feita, mas ainda existem desafios para atrair clientes. “O que falta muito é ajudar o calçadão a se movimentar, a ter atividades culturais, a ter a tenda natalina para que possamos chamar a atenção da clientela, para que eles possam vir para o calçadão e comprar. Só assim a gente vai ter como pagar os débitos”, alertou.

Kamai defendeu ainda que o poder público invista em atividades culturais e na revitalização do centro da cidade para fortalecer o comércio popular. “Aqui só tem trabalhador honesto. O poder público tem que ser parte da solução, não do problema”, concluiu.

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