Parceria entre Perpétua Almeida e IFAC leva formação inédita em piscicultura à Terra Indígena no Acre

Formação em Recursos Pesqueiros une saberes tradicionais e científicos entre os Noke Koî, em Cruzeiro do Sul.

O Acre sedia o primeiro curso técnico do país ministrado dentro de um território indígena. A formação em Recursos Pesqueiros é oferecida ao povo Noke Koî, na Terra Indígena Campinas Katukina, em Cruzeiro do Sul, no interior do estado. O projeto é resultado de uma parceria entre o Instituto Federal do Acre (IFAC) e a ex-deputada federal e atual diretora da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Perpétua Almeida, por meio de emenda parlamentar destinada à instituição.

A aula inaugural ocorreu nesta quinta-feira (23), na Associação Geral do Povo Noke Koî da Terra Indígena Campinas (AGPN), e marcou o início de um projeto que pretende integrar o conhecimento técnico e acadêmico aos saberes tradicionais indígenas. Vinte e um estudantes, entre jovens e adultos da própria comunidade, participarão da formação, com duração de 11 meses.

O curso busca fortalecer a segurança alimentar e o empreendedorismo sustentável, ao capacitar os indígenas em técnicas de pesca e aquicultura. A proposta é que o aprendizado contribua tanto para o sustento local quanto para a geração de renda com a comercialização do pescado, um modelo de economia sustentável que respeita os modos de vida do povo Noke Koî.

“Os povos indígenas já possuem o conhecimento ancestral, mas o desmatamento tornou os alimentos mais distantes. Este curso traz a tecnologia necessária para criar o peixe em cativeiro e garantir a segurança alimentar da comunidade — uma pauta prioritária do presidente Lula na Nova Indústria Brasil. Nós vamos formar profissionais que poderão futuramente estruturar uma indústria do pescado dentro do território, gerando renda com um produto ambientalmente correto que o mundo inteiro deseja consumir”, destacou Perpétua Almeida.

O reitor do IFAC, Fábio Storch, ressaltou a importância simbólica e pedagógica da ação.

“Este é um momento histórico, que pode se transformar em um modelo para o Brasil. Graças ao apoio do Governo Federal e à visão da ex-deputada Perpétua Almeida, estamos formando os primeiros irmãos indígenas dentro do seu próprio território. Isso fará parte da história do Brasil e da nossa rede federal. O IFAC se orgulha de fortalecer a educação pública, a ciência e a tecnologia, criando mais oportunidades para as comunidades do Acre”, afirmou.

O projeto foi solicitado pela própria comunidade Noke Koî, que há anos desenvolve práticas de piscicultura, mas sem apoio técnico formal. A nova formação permite que os estudantes se qualifiquem sem precisar deixar o território, promovendo autonomia e valorização cultural.

“Nós já trabalhávamos com a piscicultura, mas sem capacitação, sem o conhecimento técnico. Esse grande apoio vem para fortalecer o nosso trabalho e a nossa segurança alimentar. Esta já é a segunda emenda que a Perpétua traz para nós, e só temos a agradecer”, disse Adriano Katukina, presidente da AGPN.

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