Parlamentares querem afastamento temporário de Clendes Vilas Boas até investigação; prefeito classifica acusações como “apócrifas”.
A Câmara Municipal de Rio Branco debateu nesta quarta-feira (13) o afastamento temporário do superintendente da RBTrans, Clendes Vilas Boas, após denúncias de assédio moral. O Legislativo decidiu encaminhar a denúncia ao Ministério Público do Acre (MPAC) para análise e eventual abertura de investigação.
O prefeito Tião Bocalom se manifestou sobre o caso em entrevista ao jornal ContilNet, afirmando que não pretende afastar Clendes Vilas Boas do cargo. Ele classificou as acusações como “apócrifas” e disse que o superintendente está “mexendo em interesses promíscuos dentro da RBTrans”.
“Afastar por quê? Denúncias apócrifas. Não tem denunciante. São os insatisfeitos com o trabalho honesto, sério, que ele está fazendo e que está mexendo em interesses promíscuos que prevaleceram nos velhos tempos! Hoje está muito fácil destruir a reputação de alguém que não atenda aos seus interesses”, declarou o prefeito.

O pedido de afastamento do gestor foi defendido por vereadores que consideram a situação grave e pedem investigação. Entre os parlamentares que manifestaram apoio estão o vice-presidente da Mesa Diretora, Leôncio Castro, Éber Machado, Éber Machado, Zé Lopes e André Kamai. O vereador Fábio Araújo informou que deve apresentar um requerimento formal solicitando a medida.
A presidente da Comissão de Direito e Defesa das Mulheres, Elzinha Mendonça, reforçou que a Câmara não permanecerá inerte diante das denúncias. “Repudiamos toda forma de assédio e má conduta. Vamos encaminhar o caso para investigação e garantir que a verdade venha à tona”, afirmou.
O presidente da Câmara, Joabe Lira, destacou a gravidade das alegações, mas alertou para a necessidade de cautela.
“São relatos sérios e devem ser apurados. Defendo que a denúncia siga para investigação e que só após o devido processo haja um posicionamento definitivo. Já vi casos em que a acusação não se confirmou, mas a imagem da pessoa ficou manchada para sempre.”
Na manhã desta quarta, a Câmara recebeu a ex-funcionária Marília Rodrigues, que relatou supostos casos de assédio moral sofridos em 2024, quando atuava no setor de comunicação da RBTrans. Segundo Marília, a perseguição começou assim que Clendes assumiu o cargo.
“Ele tentou me demitir várias vezes, mas não conseguiu. Então, diminuiu meu salário, tirou minha mesa e meu computador. Cheguei a ter crise de ansiedade e, no fim, pedi demissão porque não suportava mais”, relatou, acrescentando que também sofreu com imposição de tarefas fora do horário de expediente e restrição de recursos de trabalho.
Marília reforçou que outros servidores e terceirizados também teriam sido alvo de perseguições semelhantes. Ela publicou um vídeo nas redes sociais denunciando o caso.