Mulheres foram mortas em Senador Guiomard e Capixaba; ex-marido e companheiro são apontados como suspeitos dos crimes.
Duas mulheres foram mortas no Acre nesta semana em crimes investigados como feminicídio. Os casos ocorreram nos municípios de Senador Guiomard e Capixaba, no interior do estado. Os principais suspeitos são os companheiros das vítimas, que seguem foragidos.

Na manhã desta sexta-feira (13), Luana Conceição do Rosário, de 45 anos, foi encontrada ferida a facadas em uma calçada do bairro Triunfo, em Senador Guiomard. Segundo informações de testemunhas, ela havia saído de casa para comprar pão quando foi atacada. O ex-marido, José Rodrigues de Oliveira, de 54 anos, é o principal suspeito e está sendo procurado pelas autoridades.
Luana chegou a ser socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levada ao Hospital Geral Dr. Ary Rodrigues, mas não resistiu aos ferimentos.

A vítima era conhecida na cidade e já havia trabalhado como babá da filha da vice-governadora do Acre, Mailza Assis. Em nota, a vice-governadora lamentou o assassinato.
“Com muita tristeza recebi a notícia do falecimento da Luana, que a tantos anos está ao meu lado cuidando da minha filha Theodora. É difícil encontrar palavras diante de uma dor tão grande. Minha oração é para que Deus, em sua infinita misericórdia, conforte o coração de seus familiares e amigos neste momento de imensa tristeza”, escreveu a vice-governadora.
Caso Auriscléia
Já na quarta-feira (11), Auriscléia Lima do Nascimento, de 25 anos, foi morta a golpes de terçado na Comunidade Campo Alegre, zona rural de Capixaba. O principal suspeito é o marido, o pastor evangélico Natalino do Nascimento Santiago, de 50 anos. Segundo a Polícia Civil, o homem também teria ferido o enteado de 5 anos antes de fugir.

O delegado Aldízio Neto informou que Santiago já tinha mandados de prisão em aberto por homicídio e estupro. Ele morava há cerca de cinco anos na comunidade, e a polícia ainda apura se ele vivia como foragido durante esse período. As buscas seguem na região com apoio da Polícia Militar.
Na noite anterior ao crime, conforme apurado pelo G1, Santiago esteve na escola onde Auriscléia estudava e confrontou o coordenador pedagógico da EJA, Jorge de Souza, acusando-o de ter dado carona à mulher.

“Ele chegou com semblante estranho, apontou o dedo para mim e me acusou. Disse que iria atrás dela. Tive a sensação de que ele faria algo contra a vida dela”, contou Jorge. Auriscléia não apareceu na escola naquela noite e foi encontrada morta horas depois.
Como denunciar
Números disponibilizados pela PM do Acre para que a mulher peça ajuda:
- (68) 99609-3901
- (68) 99611-3224
- (68) 99610-4372
- (68) 99614-2935
Outras formas de denunciar casos de violência contra a mulher:
- Polícia Militar – 190: quando a criança está correndo risco imediato;
- Samu – 192: para pedidos de socorro urgentes;
- Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres;
- Qualquer delegacia de polícia;
- Secretaria de Estado da Mulher (Semulher): recebe denúncias de violações de direitos da mulher no Acre. Telefone: (68) 99930-0420. Endereço: Travessa João XXIII, 1137, Village Wilde Maciel.
- Disque 100: recebe denúncias de violações de direitos humanos. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa;
- Profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, precisam fazer notificação compulsória em casos de suspeita de violência. Essa notificação é encaminhada aos conselhos tutelares e polícia;
- WhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos: (61) 99656- 5008;
- Ministério Público;
- Videochamada em Língua Brasileira de Sinais (Libras).